A transmissão da F1 precisa melhorar urgente!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015 às 20:38
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Lewis Hamilton em Jerez 2015

Por: Adauto Silva

Um internauta que costuma comentar as notícias do Autoracing – chamado Paulo Campos – me perguntou se o som da F1 melhorou (aumentou) esse ano em relação ao ano passado. Achei a pergunta dele bem pertinente, o que valeu o texto abaixo!

Na pista o som melhorou, na TV não sei. O pessoal que está em Jerez está dizendo que o som dos motores está nitidamente melhor e mais alto. O Autoracing inclusive fez uma matéria sobre isso hoje com vídeo. Eu mesmo já havia desconfiado que o som do motor havia melhorado ao ouvir o ronco do Mercedes num vídeo promocional deles, que publicamos também.

Mas a FOM precisa se certificar que esse aumento do som será totalmente perceptível na TV. Aliás, a FOM precisa mudar a transmissão da F1, como tem acontecido em quase todos os esportes.

No Australian Open de tênis que acabou domingo, a transmissão foi espetacular. Câmeras andando sobre a quadra, som tão bem feito que você podia ouvir a respiração ofegante dos tenistas, desafio pedidos pelos jogadores em alta definição, super câmera lenta, tudo realmente usando as últimas tecnologias para colocar o telespectador ao lado dos tenistas, fantástico.

No futebol a transmissão melhorou muito, principalmente nos campeonatos europeus. O jogo ficou mais “limpo”, mais bonito e a TV não perde um detalhe sequer. Na NFL (futebol americano) e na NBA é até sacanagem querer comparar. No Surf os caras estão entrando dentro das ondas para filmar os sufistas. Isso tudo sem contar alguns esportes radicais, que tem transmissão tão boa que é melhor assistir pela TV do que ao vivo!

Enquanto isso a F1 vem com uma transmissão muito “padrãozinha” há muitos anos. Os gráficos melhoraram, as informações também, mas o posicionamento das câmeras e dos microfones precisa melhorar urgente. Você vai na pista ver uma corrida de F1 e a sensação de velocidade e barulho são muito maiores, infinitamente maiores. Isso está errado e prejufica o esporte, pois a TV passa a impressão que os carros estão mais lentos e muito silenciosos.

Os carros de fato estão mais silenciosos que na época dos aspirados, até porque a turbina “rouba” mais da metade do som do escape, mas não estão tão silenciosos assim. E na TV poderiam ficar ainda melhores que na pista. Bastaria ajustar a localização dos microfones e a altura do som ambiente, principalmente nas câmeras onboard.

A própria turbina faz um barulho bem bacana, uma espécie de assobio muito típico, mas o som dela simplesmente não é captado na transmissão. Um microfone ao lado da turbina seria de arrepiar todo mundo que estivesse vendo pela TV

As câmeras também precisam mudar. Obrigatoriamente devíamos ter três ou quatro câmeras fixas coladas e paradas na pista para as pessoas terem a noção exata da velocidade descomunal de um F1 em todas as circunstâncias. E as câmeras onboard tinham que ser mais frequentes e com o som mais alto, até para inibir que o narrador ficasse falando ao invés de nos deixar ouvir a usina funcionando.

E não adianta a gente reclamar da Globo porque a culpa neste caso não é deles, é da FOM, que faz todas as transmissões da F1 e define posicionamento das câmeras, microfones, altura, enquadramento, etc. O que a Globo podia e devia fazer – até em prol de sua audiência – é pressionar a FOM para que eles façam o que tem que ser feito!

O problema é que “Mister E” não gostou desses motores novos, então ele está fazendo tudo que pode para piorar a situação, ao invés de usar tecnologia fartamente divulgada por outros esportes para melhorar as coisas e trazer muito mais emoção para dentro das nossas casas.

Briga de ego por mesquinharia. Uma pena…

Adauto Silva

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